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Comprimido |
(Paulinho da Viola) |
Deixou a marca dos dentes Dela no braço Pra depois mostrar pro delegado Se acaso ela for se queixar Da surra que levou Por causa de um ciúme incontrolado Ele andava tristonho Guardando um segredo Chegava e saía Comer não comia E só bebia Cadê a paz Tanto que deu pra pensar Que poderia haver outro amor Na vida do nego Pra desassossego E nada mais Seu delegado ouviu e dispensou Ninguém pode julgar coisas de amor O povo ficou intrigado com o acontecido Cada um dando a sua opinião Ela acendeu muita vela Pediu proteção O tempo passou E ninguém descobriu Como foi que ele Se transformou Uma noite Noite de samba Noite comum de novela Ele chegou Pedindo um copo d’água Pra tomar um comprimido Depois cambaleando Foi pro quarto E se deitou Era tarde demais Quando ela percebeu Que ele se envenenou Seu delegado ouviu E mandou anotar Sabendo que há coisas Que ele não pode julgar Só ficou intrigado Quando ela falou Que ele tinha mania De ouvir sem parar Um samba do Chico Falando das coisas do dia-a-dia |
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