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Brancas e pretas
(Paulinho da Viola e Sérgio Natureza)
Num jogo de vida e de morte
As brancas e as pretas
Sobre o tabuleiro
Ali não há golpes de sorte
Se pensam jogadas
Destino certeiro

O quadro é um mar quadriculado
Sem ondas, parado
Porém de marés
Às vezes um passo mal dado
Um lance apressado
Resulta em revés

Os reis, as rainhas e os bispos
Dominam a cena
Com seu poderio
Da torre se avista o tablado
Peões trabalhando
Por horas a fio

O meu coração anda aos saltos
Parece um cavalo
No seu movimento
Selvagem e até traiçoeiro
Vai sem cavaleiro
Tabuleiro adentro

Parceiros
Duelam paciência
Por vezes se estranham
O amor e a ciência
As pedras ali não têm limo
E mudam de rumo
Por conveniência
Ou por não acharem saída
Não rolam, se deitam
No fim da partida
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